A vida é cheia de imprevistos.
Por mais que a planeemos, há sempre algo que lhe muda e curso e tudo acaba por ser diferente do esperado.
E quem duvida disso, tem certamente andado a passar ao lado dessa experiência chamada ‘viver’.
No entanto, constantemente nos questionamos sobre que planos traçar, quais as expectativas de futuro e o que fazer para que, quando esse futuro chegar, estejamos preparados para ele. Somos assim, não há volta a dar!

Não é, portanto, minha intenção tentar convencer ninguém de que deveríamos ser diferentes. Antes pelo contrário.
É verdade que de pouco valem esses planos, essas conjecturações sobre o futuro; porque em boa verdade, nunca o futuro é como nós o planeámos ou conjecturámos.
Mas quem conseguiria viver sem um rumo? Quem se arriscaria a lançar-se nessa grande expedição da vida sem ter um destino, uma rota e uma bússola para se orientar?
Dificilmente chegaremos onde nos propusemos chegar; dificilmente não alteraremos os nossos planos ao longo do caminho. Mas é exactamente pelo facto de termos um caminho traçado que sabemos que o mudámos; é por sabermos onde queríamos chegar que sabemos que ficámos aquém (ou além!).
E é esse sentimento de insatisfação, de querer chegar mais longe, essa percepção de que os nossos objectivos e desafios agora não são os mesmos que antes, e a certeza de que ainda havemos de remodelá-los vezes sem conta antes de chegarmos ao fim, que nos mantém vivos, ambiciosos, criativos e revolucionários.
O constante desafio, o progresso, a melhoria, a inovação. As entre-linhas da vida, o que fica por escrever, o que o plano não antecipa. É essa incógnita que nos faz levantar todos os dias e querer descobrir o que o futuro nos reserva.

« – Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
– Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
– Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
– Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato».
(Lewis Carroll - Alice no País das Maravilhas)